30 dezembro 2006

Pousada e Atelier Santa Martha das Pedras

Você conhece o paraíso? Não, não estou falando do famoso bairro da cidade de São Paulo, tampouco daquele “lugar no céu!” Esse paraíso ao qual me refiro é uma vila de pescadores que fica entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e chama-se Vila de Picinguaba, a aproximadamente 40 km do centro da cidade de Ubatuba e 30 km de Paraty fica o local paradisíaco.

Uma vila tombada pelo Condephaat em 1983 preserva muito da sua cultura caiçara original, com pequenas casas construídas ao pé do morro. Lá se podem encontrar três pousadas, mas quero chamar a atenção para uma em especial, que é a Santa Martha das Pedras, desde que cheguei a esse lugar encantador pela primeira vez, não resisto ao retorno. No alto da vila, o que não se pode ver da praia, pois a mata atlântica a esconde totalmente, está a construção em estilo das antigas fazendas da época colonial, com seus aposentos amplos e mobília antiga, decorada com cerâmicas produzidas no atelier da pousada.

Pela manhã, somos recebidos, na parte térrea, pela Léa que nos serve um maravilhoso café da manhã, com doces, frutas, pães feitos por ela própria e outras delícias difíceis de resistir.
O dia corre manso e suave, entre a praia lá embaixo e o frescor das árvores cá em cima.
Esse lugar criado por Deus e retocado pelo engenheiro civil Antonio Miranda, que construiu e administra a pousada, merece ser conhecido.

A vila de Picinguaba, que quer dizer refúgio de peixes, em tupi-guarani, fica dentro do Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar. Próximas a vila existem varias praias lindas como a da Fazenda, que é praticamente selvagem, onde foram filmadas cenas externas dos especiais A Casa das Sete Mulheres e A Muralha, da Rede Globo de Televisão e ainda filmes como Caramuru.

É neste paraíso que sou recebido pelo Antonio como se minha casa fosse e quando preciso desenvolver um trabalho e quero tranqüilidade, é lá que vou buscar inspiração e calma. Qualquer dia nos encontramos por lá.


Pousada e Atelier Santa Martha das Pedras

Vila de Picinguaba – Ubatuba – São Paulo – Brasil

Telefone - 55 12 3836.9180

28 dezembro 2006

Temakaria e Sushi Bar

Mesmo sendo filho de italiano, há muito aprecio a culinária oriental, em particular a comida japonesa, que tenho certeza também conquistou muitos adeptos e apreciadores em todo o nosso país. Chamam a atenção em princípio pelo seu aspecto visual, que mais parece uma obra de arte, depois pelo sabor exótico e finalmente pela alimentação saudável.

Dentre tantos restaurantes japoneses que a cidade de São Paulo apresenta, quero chamar a atenção para um em particular, situado em local praticamente escondido na zona oeste e em uma rua pouco movimentada, lá está a pequena casa que abriga a Temakaria e Sushi Bar: poucas mesas, o tradicional balcão, a recepção gentil da Rose e o preparo dos mais variados pratos tradicionais como sushis, sashimis, misoshiros, tempuras e outras tantas iguarias, pelos prestativos e atenciosos sushimans, os irmãos Tanaka e tudo comandado pelo simpático e gentil Marcos Tanaka.

Esta casa não é grande tampouco famosa, contudo não deixa nada a desejar em termos de qualidade do produto que oferece em relação às maiores e mais famosas da cidade, preço justo e bom atendimento.

Se posso fazer uma recomendação, aí vai uma delas.


Temakaria e Sushi Bar

Rua Nanuque, 519 – Alto da Lapa
São Paulo – SP – Brasil

telefones - 55 11 3832.1406 e 3822.2127

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É uma pena, mas a Temakaria e Sushi Bar do Tanaka, por questões de zoneamento municipal, não serve mais em suas dependências, apenas delivery.

(abril/2007)

La Risotteria

Outro dia fomos a um restaurante para comemorar uma data especial e claro, nessas situações, queremos também um local especial.
Costumo dizer que quando algo começa mal tende a acabar mal e não foi diferente, tudo começou pela recepção dos manobristas, um em cada porta, do passageiro e do motorista, ao questioná-lo onde ficaria o meu carro, respondeu-me – “se levar o carro paro o Bradesco, na volta vai levar de 20 a 25 minutos para trazer”, indaguei novamente, mas então onde ficaria o carro? e a resposta foi lacônica – “na rua”. Argumentei que não poderia deixá-lo na rua, pois havia vários equipamentos no porta-malas e não ficaria tranqüilo, além de pagar para ficar simplesmente na rua. Neste momento, ação conjunta, o manobrista que falava comigo pediu para olhar o porta-malas e o outro bateu a porta do passageiro com força para fechá-la.
Após verificar o porta-malas com vários objetos, disse-me que o veículo ficaria na porta do restaurante, para que pudessem olhá-lo.

Mas o que nos importa de fato é o restaurante em si, e como fomos a uma casa em que a especialidade, como o próprio nome diz, é risoto, pois então pedimos o que de melhor eles sabem fazer.
Serviram uma entrada que foi seguida no tempo certo pelo prato principal. O risoto vem em uma pequena panela, que dá um ar simples e caseiro, de sabor agradável e na temperatura adequada, foi saboreado com prazer e ao final pedi que servissem mais um pouco, ao que fui informado: alguém havia levado a “dita panelinha" embora, mas iriam pedir para esquentar e trazê-la novamente. Agradeci tal gentileza e disse que não seria necessário. Este procedimento não combina com a casa que é muito bem freqüentada e com ar de sofisticação.
Talvez por isso que a senhora que estava sentada à mesa ao lado, acompanhada pelo marido, recusou dois pratos diferentes que lhe foram servidos e ficando com o terceiro apenas para não continuar com aquele “leva e traz”, posso até dizer que ela era chata demais...., mas em fim.
Terminamos nosso jantar com o saboroso café acompanhado de alguns petfours.

Ao sairmos, o carro estava realmente estacionado bem próximo à entrada do restaurante e somente ao ir embora fiquei sabendo que ao fechar a porta, na chegada, o manobrista havia prensado a perna da minha namorada, que já estava do lado de fora para a descida.

O maior problema não foi o que aconteceu até aqui, como havia dito no princípio, se começa mal termina mal, todo este saboroso jantar causou-nos uma desagradável indisposição.


La Risotteria Alessandro Segato

Rua Padre João Manoel, 1156 São Paulo - SP - Brasil

Santo Grão Café


Via pela TV um escritor famoso falar sobre seus livros e as crônicas que escreve todas as semanas para um jornal de grande circulação de São Paulo, comentou sobre a diversidade de assuntos para quem mora numa cidade como esta. Nesse momento, pensei nos fatos ocorridos no dia de hoje e que ao final do jantar tive o prazer da companhia do meu filho, fomos a um café para apreciarmos esta agradável bebida, que leva o mesmo nome da casa e aprecio acompanhada de água com gás.
Lugar badalado, com muita gente bonita, e bota muita nisto, pois a espera no início da noite é sempre longa, lugar para ver e ser visto, como dizem os críticos das famosas casas paulistanas.
- Lugar para dois, por gentileza.
- Pois não senhor, seu nome?
E ao final, com o nome na lista, lá vem a resposta.
– De 20 a 30 minutos de espera.
Só nos restavam duas opções: irmos embora ou esperar calmamente.
Acho que a esta altura da minha crônica já perdi a inspiração, mas como diz a professora Marisa De Mitri e os demais especialistas em comunicação escrita; 5% de inspiração e 95% de transpiração, lá vou eu às 2h da manhã continuar a transpirar.
Realmente o que queria dizer neste texto é o incômodo que senti com a música alta e aquela movimentação desordenada; muita gente falando alto, bebendo cerveja em garrafinhas “chiques”, Martinis e outras bebidas mais, nada tinham a ver com o café que em princípio se havia proposto aquele lugar. Muita fumaça de cigarros, de charutos e de cachimbo, verdadeiro nevoeiro Londrino. Aquela garotada bonita que trabalha na casa, correndo de um lado para o outro, feito atletas de uma maratona que não tem premiação, mas ao final desta corrida talvez todos sejam vencedores, mesmo sem medalhas e troféus.
Pensei porque estava naquele tumulto, de repente, toca meu telefone celular e do outro lado minha filha me pergunta onde estava, ao que respondi -- em um café, venha até aqui! Mais tempo para esperá-la, o que logo aconteceu.
Cheguei a pensar que poderia estar em algum lugar mais calmo, mas não, ali estava no meio daquele turbilhão de vozes e gente que ia e vinha sem cessar, há muito não me sentia tão importunado pelo furacão de vozes. Talvez nunca tenha sentido tanta falta da pauta da ordem do dia, para que cada um falasse a seu devido tempo..., Ó meu Deus porque essa gente fala tanto e tão alto e tão desordenadamente e sem cessar?
Num momento de toda essa historia, uma reflexão me fez ver o motivo de ficar ali: o convívio com meus filhos, mesmo que seja em um santo café, ou seria grão.


Santo Grão Café
Rua Oscar Freire, n° 413 - São Paulo - SP - Brasil