28 dezembro 2006

Santo Grão Café


Via pela TV um escritor famoso falar sobre seus livros e as crônicas que escreve todas as semanas para um jornal de grande circulação de São Paulo, comentou sobre a diversidade de assuntos para quem mora numa cidade como esta. Nesse momento, pensei nos fatos ocorridos no dia de hoje e que ao final do jantar tive o prazer da companhia do meu filho, fomos a um café para apreciarmos esta agradável bebida, que leva o mesmo nome da casa e aprecio acompanhada de água com gás.
Lugar badalado, com muita gente bonita, e bota muita nisto, pois a espera no início da noite é sempre longa, lugar para ver e ser visto, como dizem os críticos das famosas casas paulistanas.
- Lugar para dois, por gentileza.
- Pois não senhor, seu nome?
E ao final, com o nome na lista, lá vem a resposta.
– De 20 a 30 minutos de espera.
Só nos restavam duas opções: irmos embora ou esperar calmamente.
Acho que a esta altura da minha crônica já perdi a inspiração, mas como diz a professora Marisa De Mitri e os demais especialistas em comunicação escrita; 5% de inspiração e 95% de transpiração, lá vou eu às 2h da manhã continuar a transpirar.
Realmente o que queria dizer neste texto é o incômodo que senti com a música alta e aquela movimentação desordenada; muita gente falando alto, bebendo cerveja em garrafinhas “chiques”, Martinis e outras bebidas mais, nada tinham a ver com o café que em princípio se havia proposto aquele lugar. Muita fumaça de cigarros, de charutos e de cachimbo, verdadeiro nevoeiro Londrino. Aquela garotada bonita que trabalha na casa, correndo de um lado para o outro, feito atletas de uma maratona que não tem premiação, mas ao final desta corrida talvez todos sejam vencedores, mesmo sem medalhas e troféus.
Pensei porque estava naquele tumulto, de repente, toca meu telefone celular e do outro lado minha filha me pergunta onde estava, ao que respondi -- em um café, venha até aqui! Mais tempo para esperá-la, o que logo aconteceu.
Cheguei a pensar que poderia estar em algum lugar mais calmo, mas não, ali estava no meio daquele turbilhão de vozes e gente que ia e vinha sem cessar, há muito não me sentia tão importunado pelo furacão de vozes. Talvez nunca tenha sentido tanta falta da pauta da ordem do dia, para que cada um falasse a seu devido tempo..., Ó meu Deus porque essa gente fala tanto e tão alto e tão desordenadamente e sem cessar?
Num momento de toda essa historia, uma reflexão me fez ver o motivo de ficar ali: o convívio com meus filhos, mesmo que seja em um santo café, ou seria grão.


Santo Grão Café
Rua Oscar Freire, n° 413 - São Paulo - SP - Brasil

4 comentários:

  1. Anônimo2/1/07 17:28

    É divertido ler suas crônicas, nesta eu sinto seu desespero e vejo seu suador no meio da multidão berrante... acabo rindo em pensamento só de saber que mesmo com sua "pouca tolerância", se esforça pra ficarmos juntos, afinal, o café é o detalhe - que o Santo Grão perceba que o detalhe faz a diferença!!!

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  2. No Canadá é proibido fumar nos bares, cafés e restaurantes. Como eu gostaria que aqui no Brasil fosse assim também, principalmente porque tenho alergia crônica à fumaça de cigarro.

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  3. Anônimo7/2/07 00:56

    Realmente deveria ser proibido fumar em bares, cafés, restaurantes,pois é detestável o cheiro.
    De qualquer maneira acho que valeu o esforço para ficar com pessoas que são queridas por você.
    Além de sua sensibilidade, demonstrou o afeto que traz consigo.

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  4. Quando nosso país será civilizado o suficiente para que possam respeitar aqueles que não fumam e vão ao restaurante ou café simplesmente para uma refeição? Ninguém deveria ser obrigado a partilhar do vício dos outros.

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